sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ENXOVALHO


Embora conheça o sentido da palavra, tive algumas dúvidas e recorri ao “meu amigo Dicionário” da Porto Editora, 5ª edição, do já ido ano de 1976:
Enxovalho. s.m.  acto ou efeito de enxovalhar; fig. Afronta; desonra; humilhação.
Afronta deixou-me também outras dúvidas e lá voltei eu:
Afronta, s.f. injúria lançada em rosto; ultraje; desprezo; ameaça; fadiga; violência (de afrontar).
Agora sim, sem dúvidas, vamos lá tira-las a quem as tenha, não que as palavras, por si, o mereçam, mas sim o texto, que só aparentemente, não tem sentido nenhum.
No dia 30 de Dezembro estive presente na primeira reunião da Assembleia de Compartes do Olival, na Barrocaria, aldeia da Freguesia do Olival que, desde 1993, tem também a sua Assembleia de Compartes.
Com publicitação deficitária, (dois panfletos de que tive conhecimento e o anúncio feito pelo Senhor Pároco no período de avisos após a homilia de domingo) compareceram vinte e poucas pessoas, dez eram os elementos da comissão “ad hoc”, os outros por convite (tal a unicidade) menos eu e as duas pessoas que me acompanhavam; isto “ grosso modo”.
E fomos realmente afrontados, tentativas de injúria e de ameaças aconteceram, mas nem por um momento vacilei ou tive vontade de sair daquele espaço, pois estou e continuo convicto dos motivos pessoais que me levaram e levam a dar a cara por uma nova consciência social.
Falo em termos pessoais, pois era nessa qualidade que me encontrava presente, como comparte, até porque o Moia declarou, em tempo oportuno, que o seu trabalho como defensor dos baldios, havia terminado na Assembleia de Freguesia. Algo que o PS local não entendeu e rapidamente se movimentou de forma a eleger para os cargos sociais, alguns dos seus mais directos apoiantes, (embora cargos não remunerados, bem ao jeito dos “boys”), alguns dos quais haviam votado contra a criação desta mesma Assembleia de compartes.
Parece-me bem mais acto humilhante e desonroso, aceitar e assumir um cargo de responsabilidade de algo que não se pretendia aceitar e que oito dias antes se criticava e combatia ferozmente!
Em suma, alguém saiu enxovalhado, mas não o Pedro nem o Saul. Dá que pensar não?
Bem hajam.
O residente

2 comentários:

  1. Porque é que será que as pessoas não conseguem ver nem querem ver para além do véu que lhe tolda a vista?

    Insistem em caminhar no mar, tal e qual o nazareno, mas não se apercebem que existe um caminho de pedras! É claro que a tendência é para o afogamento. Deus lhe valha!

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  2. Caro Tomé. as suas palavras são quase biblicas e sua preocupação assalta-me tambem a mim numerosas vezes:
    -Serei suficientemente abrangente para ser
    independente?
    Por ora continuo convicto de que sim!

    Obrigado pelo comentário

    Pedro

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